Sobre se reinventar entre outras coisas

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“Se reinventar” é uma das coisas que tanto almejamos quando passamos por alguma fase difícil. É como se o ato de se reinventar fosse revolucionário – o que não deixa de ser -, milagroso e fosse solucionar, instantaneamente, o mau momento. A realidade não funciona exatamente assim. É preciso sim buscar formas de superar o que quer que seja, mas também é preciso entender; tudo depende do momento e do que ele permite. Por exemplo, não adianta esperar que alguém quando está sofrendo e sob muita pressão se reinvente imediatamente e consiga sair de todas as suas crises.

Todo mundo tem o direito de se reinventar, ou não, se não quiser ou não puder. É preciso levar em conta o tempo que isso pode demorar, com cada um vivendo dentro do seu tempo. Existe hora para sofrer, de não fazer nada, de refletir e a hora de seguir em frente. Não é só porque alguém disse que é hora de mudar de rumo, fazer outra coisa que a outra pessoa está realmente preparada para isso. A reinvenção requer mudanças, esforço, dedicação e empenho e é preciso estar verdadeiramente disposto e aberto a tudo isso. As coisas não acontecem só, apenas e simplesmente porque alguém, que não seja você mesmo, disse que devem acontecer naquele momento.

Amigos e familiares muitas vezes são um alicerce na hora em que se reinventar parece necessário, mas também podem ser um empecilho. Quando nos reinventamos, nos repaginamos, ou melhor, viramos uma página. E para isso também é necessário filtrar, selecionar quem realmente participa ativamente e positivamente das nossas vidas, quem vale a pena ter por perto e quem não faz bem. São nos períodos delicados da vida que é possível visualizar, com clareza, o que é bom e o que é mau.

É um processo lento se reinventar, superar dificuldades e se superar. Mas tudo isso deve partir por opção própria – a situação pode influenciar e até impulsionar a vontade – e não porque outra pessoa disse que isso seria o certo. Além disso, se reinventar pode proporcionar momentos únicos e grandes descobertas sobre a nossa força interior e a nossa capacidade de nos sobressairmos de fases que parecem ser impossíveis. É um ato de amor próprio, de autoafirmação, tomar as rédeas da própria vida e fazer diferente, mudar. Seja por opção, ou por “obrigação”, quando não há outra saída que não seja se reinventar. Todo mundo se vê diante deste impasse algumas vezes na vida, uns mais, outros menos. O importante é não recuar, mas sim, enfrentar.